Em 1990, o professor de ciências do ambiente e escritor norte-americano David W. Orr foi convidado para proferir um discurso de graduação no 'Arkansas College'.
O texto que escreveu tinha por título 'What is education for?' e foi publicado em 1991, tendo sido largamente divulgado pelo seu conteúdo inspirado e inspirador, constituindo mais tarde o primeiro capítulo do seu livro ‘Earth in Mind: On Education, Environment, and the Human Prospect’, publicado em 1994.
Nesse texto, que se mantém actual e pertinente e que tinha como subtítulo 'Six myths about the foundations of modern education, and six new principles to replace them', o autor faz um diagnóstico das limitações e consequências nefastas do modelo educativo convencional e propõe colocar a sustentabilidade como pilar central duma educação que promova o real e duradouro bem-estar das comunidades e dos ecossistemas dos quais dependem.
O texto está repleto de asserções lúcidas e sensatas sobre o que devia (e pode) ser uma educação apoiada numa visão de sociedades que se baseiem no cuidado dos seus e dos bens comuns. Seguem alguns exemplos:
(…) a educação não é o garante da decência, prudência ou sabedoria.
(…) o valor da educação deve passar a ser medido pelos padrões da decência e da sobrevivência humanas…
O avanço do conhecimento carrega sempre consigo o aumento de alguma forma de ignorância.
Faz mais sentido sermos nós a nos ajustarmos a um planeta finito, do que forçarmos o planeta ajustar-se aos nossos desejos infinitos.
(…) ainda não temos uma ciência do cuidado da terra como preconizado por Aldo Leopold…
(…) é possível que estejamos a tornar-nos mais ignorantes sobre as coisas que temos de fazer para viver bem e sustentavelmente na Terra.
(…) produzimos rotineiramente economistas que carecem dos mais rudimentares conhecimentos de ecologia.
(…) o planeta não precisa de mais pessoas ‘bem sucedidas’, mas precisa desesperadamente de mais pacifistas, cuidadores, reabilitadores, contadores de histórias e amadores de todos as formas e feitios. (…) Precisa de pessoas com coragem moral, que desejem juntar-se à luta para tornar o mundo mais habitável e humano.
(…) O comunismo falhou porque produziu muito pouco a um preço muito alto. Mas o capitalismo também falhou porque produz muito, reparte muito pouco e a um custo muito alto para os nossos filhos e netos.
(…) toda educação é educação ambiental.
(…) Confundimos frequentemente meios com fins, pensando que as metas da educação são enfiar dentro da mente dos estudantes todo o tipo de factos, técnicas, métodos e informações, sem ter em conta como esses conhecimentos serão usados e a qual a sua finalidade.
(…) o conhecimento acarreta consigo a responsabilidade de saber se está a ser bem usado no mundo. (…) O conhecimento de como fazer coisas incomensuráveis e arriscadas excedeu em muito a nossa capacidade de usá-lo responsavelmente.
(…) não podemos dizer que sabemos algo até entendermos os efeitos desse conhecimento nas pessoas e nas suas comunidades.
Os estudantes aprendem, sem que alguém directamente lhes diga, que eles são incapazes de superar o terrível hiato entre ideais e realidade. O que é desesperadamente necessário são docentes e administradores que se apresentem como modelos de integridade, de preocupação, de consideração, e instituições que sejam capazes de incorporar ideais, cabal e plenamente, em todas as suas actividades.
(…) A arquitectura do campus académico é uma pedagogia cristalizada que frequentemente reforça a passividade, o monólogo, a dominação e a artificialidade.
(…) a educação não é o garante da decência, prudência ou sabedoria.
(…) o valor da educação deve passar a ser medido pelos padrões da decência e da sobrevivência humanas…
O avanço do conhecimento carrega sempre consigo o aumento de alguma forma de ignorância.
Faz mais sentido sermos nós a nos ajustarmos a um planeta finito, do que forçarmos o planeta ajustar-se aos nossos desejos infinitos.
(…) ainda não temos uma ciência do cuidado da terra como preconizado por Aldo Leopold…
(…) é possível que estejamos a tornar-nos mais ignorantes sobre as coisas que temos de fazer para viver bem e sustentavelmente na Terra.
(…) produzimos rotineiramente economistas que carecem dos mais rudimentares conhecimentos de ecologia.
(…) o planeta não precisa de mais pessoas ‘bem sucedidas’, mas precisa desesperadamente de mais pacifistas, cuidadores, reabilitadores, contadores de histórias e amadores de todos as formas e feitios. (…) Precisa de pessoas com coragem moral, que desejem juntar-se à luta para tornar o mundo mais habitável e humano.
(…) O comunismo falhou porque produziu muito pouco a um preço muito alto. Mas o capitalismo também falhou porque produz muito, reparte muito pouco e a um custo muito alto para os nossos filhos e netos.
(…) toda educação é educação ambiental.
(…) Confundimos frequentemente meios com fins, pensando que as metas da educação são enfiar dentro da mente dos estudantes todo o tipo de factos, técnicas, métodos e informações, sem ter em conta como esses conhecimentos serão usados e a qual a sua finalidade.
(…) o conhecimento acarreta consigo a responsabilidade de saber se está a ser bem usado no mundo. (…) O conhecimento de como fazer coisas incomensuráveis e arriscadas excedeu em muito a nossa capacidade de usá-lo responsavelmente.
(…) não podemos dizer que sabemos algo até entendermos os efeitos desse conhecimento nas pessoas e nas suas comunidades.
Os estudantes aprendem, sem que alguém directamente lhes diga, que eles são incapazes de superar o terrível hiato entre ideais e realidade. O que é desesperadamente necessário são docentes e administradores que se apresentem como modelos de integridade, de preocupação, de consideração, e instituições que sejam capazes de incorporar ideais, cabal e plenamente, em todas as suas actividades.
(…) A arquitectura do campus académico é uma pedagogia cristalizada que frequentemente reforça a passividade, o monólogo, a dominação e a artificialidade.
Muito grata, Álvaro, por este precioso contributo. Uma posição muito citável pela FAREDUCA e sua comunidade. Em particular, hoje, escolho este trecho:
ResponderEliminar"O planeta não precisa de mais pessoas ‘bem sucedidas’, mas precisa desesperadamente de mais pacifistas, cuidadores, reabilitadores, contadores de histórias e amadores de todos as formas e feitios. (…) Precisa de pessoas com coragem moral, que desejem juntar-se à luta para tornar o mundo mais habitável e humano."
Bem hajas,
Até ao próximo post ;)
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